Cultura, ancestralidade e resistência em movimento
Imagine-se em uma roda de capoeira. O atabaque bate forte, o berimbau ressoa, e a energia no ar é vibrante. Não é apenas um jogo. É história, resistência e identidade.
Coletivo AYA, onde a capoeira é mais do que um movimento – é transformação!
O Coletivo AYA constitui-se a partir da necessidade de articular saberes ancestrais com práticas educativas, culturais e sociais voltadas ao enfrentamento das desigualdades sociais presentes em territórios periféricos e comunidades quilombolas.
Inspirado no símbolo Adinkra “AYA” – representando a resiliência, a perseverança e a capacidade de florescer mesmo em ambientes adversos – o coletivo afirma-se como um espaço de resistência, afeto e transformação, atuando nas interseções entre capoeira, saúde, sustentabilidade e educação popular.
A capoeira, expressão cultural afro-brasileira surgida nos quilombos a partir da resistência de africanos escravizados e seus descendentes, é o eixo central das ações do coletivo. No município de Ouro Preto, cidade marcada pela presença histórica negra e quilombola, essa tradição permanece viva e é fortalecida por figuras como Mestre Pedro Mineiro, entre outros guardiões da memória e da resistência.
As ações do Coletivo AYA configuram-se como uma continuidade e reinvenção dessas tradições, promovendo a transformação de espaços institucionais e populares — como escolas, praças, centros comunitários e terreiros culturais — em territórios de escuta, partilha e formação cidadã. Através de vivências práticas, oficinas, rodas de conversa e rodas de capoeira, o coletivo promove pertencimento, dignidade e valorização da cultura afro-brasileira.
A relevância do AYA está em seu compromisso com a transformação social a partir do território. Entende-se que cuidar do corpo é cuidar da história, semear sustentabilidade é alimentar dignidade, promover saúde é construir bem viver e, acima de tudo, educar é escutar.
O AYA não se resume a um coletivo, mas representa uma roda que gira, uma ginga que educa e uma raiz que resiste. Sua existência está fundamentada na urgência de se criar espaços onde a cultura afro-brasileira possa não apenas sobreviver, mas florescer com autonomia, equidade, dignidade e pertencimento.
O Coletivo AYA tem como objetivo central salvaguardar, transmitir e preservar as tradições, saberes e fazeres da cultura negra — tanto da capoeira quanto das manifestações culturais afro-brasileiras — com forte influência do Pan-Africanismo e de um trabalho socioeducacional que desenvolve a identidade e o senso de pertencimento entre seus membros, sobretudo entre jovens e adultos em situação de vulnerabilidade.
Objetivos Específicos:
A capoeira é uma expressão cultural brasileira, desenvolvida por africanos escravizados e seus descendentes em comunidades
de fugitivos denominadas quilombos...
Devido à sua importância histórico-cultural, a "Roda de Capoeira" e o "Ofício dos Mestres de Capoeira" foram reconhecidos
oficialmente como Patrimônio Cultural Brasileiro...
A prática da capoeira propicia o desenvolvimento físico, psíquico, emocional e sociocultural...
A Professora Sinhá iniciou sua trajetória na capoeira em 2007, demonstrando desde cedo grande dedicação e paixão pela arte.
Ao longo dos anos, aprimorou suas habilidades técnicas e pedagógicas, participando de diversos eventos, rodas e encontros.
Em 2023, foi oficialmente formada como professora, consolidando seu compromisso com a transmissão do conhecimento.
O Professor Fininho começou sua jornada na capoeira em 2008, imergindo na prática e nos valores dessa tradição cultural.
Participou de eventos, rodas e atividades, conquistando sua formação oficial como professor em 2023.
Atua com base em formações acadêmicas e participa de eventos que reforçam a capoeira como ferramenta cultural e educativa.
Participante ativo em congressos, fóruns e palestras, entre eles o 5º Fórum de Saúde Mental e o 9º Congresso de Ciências Sociais e Humanas.
Monitor como Fafanto (símbolo Adinkra da borboleta – gentileza e honestidade)
Cores Azul e vermelha fazem referência à bandeira do Haiti, o primeiro país a conquistar independência por revolta africana.
Instrutor como Akoma (Adinkra da benevolência)
Cores vermelha e preta, remetendo à bandeira de Angola, país com maior número de africanos trazidos ao Brasil.
Professor como Ananse (Adinkra da sabedoria e criatividade – teia de aranha)
Cores Vermelha, Preta e Verde da remetendo bandeira pan-africanista RBG.
Contramestre como Sankofa (Adinkra do retorno – galinha)
Cores Vermelha,Verde e Amarela remetendo bandeira da Etiópia, único país africano que não foi colonizado.
Mestre como AYA (Adinkra da resiliência, resistência e perseverança)
Cor branca que representa Oxalá.
EM BREVE MAIS ATUALIZAÇOES
Para o Coletivo AYA, sustentabilidade não é apenas um conceito — é um modo de viver. É sobre semear agora aquilo que queremos colher juntos no futuro. É sobre plantar ideias, cultivar práticas e colher transformações. Tudo isso com os pés fincados na terra e os olhos atentos ao mundo que queremos deixar para as próximas gerações.
Acreditamos que cuidar do planeta é cuidar da vida, e por isso nossas ações dialogam com práticas ecológicas que respeitam o meio ambiente e valorizam o uso consciente dos recursos naturais. Reutilizamos materiais, apoiamos iniciativas agroecológicas, incentivamos a produção local e resgatamos saberes ancestrais que compreendem a natureza não como recurso, mas como mãe e mestra.
Essa caminhada sustentável que trilhamos, aos poucos, vai desenhando algo maior... um espaço onde a autonomia floresce, onde os saberes tradicionais e as tecnologias do presente se encontram. Um lugar onde se constrói em mutirão, se planta em coletivo e se colhe com dignidade. Quem sabe um dia, esse caminho leve à formação de algo que, para nós, já pulsa como possibilidade: um quilombo de cuidado, de pertencimento, de equilíbrio com o mundo e com o tempo.
Seguimos, passo a passo, conectando nossas ações à terra, à memória e ao sonho. Porque acreditamos que é possível viver de forma justa, sustentável e comunitária — e que esse futuro já começou a brotar agora, nas pequenas escolhas, nas práticas do cotidiano e no compromisso com uma vida que respeita todas as formas de existência.
No Coletivo AYA, saúde não é apenas ausência de doença — é presença de cuidado. Cuidado com o corpo, com a mente, com o outro e com as nossas raízes. Aqui, entendemos que saúde é movimento, afeto e escuta. É o abraço que se dá em roda, é o suor que escorre na capoeira, é o silêncio respeitoso diante da dor do outro, e a palavra firme diante das injustiças.
Assumimos um compromisso real com a saúde pessoal e coletiva de quem caminha conosco — dos participantes aos moradores da comunidade. Não somos espectadores da dor: somos parte ativa na construção do bem-estar. A cada oficina, roda de conversa, terapia comunitária, vivência corporal ou partilha de saberes, reafirmamos que cuidar é um ato político e ancestral.
Nossa atuação é fundamentada nos saberes afro-brasileiros, que nos ensinam que saúde é também espiritualidade, conexão com o território, com a natureza e com quem veio antes de nós. Por isso, nossas ações integram corpo e alma, ciência e tradição, técnica e sensibilidade.
Se você chegou até aqui, saiba: este é um espaço onde o seu bem-estar importa. Onde suas dores são ouvidas, onde sua história é respeitada, onde sua presença é bem-vinda. O Coletivo AYA se compromete com práticas de cuidado que não excluem, não silenciam e não adoecem. Queremos florescer com você, com sua família, com sua comunidade.
Nosso trabalho com saúde é constante, pulsante e vivo — porque acreditamos que transformar o mundo começa por cuidar de quem está ao nosso lado. E isso, nós fazemos com o coração inteiro.
O Projeto C.A.S.T.E.L.O. – “Capoeira e Sustentabilidade Transformando Educação e Luta por Oportunidades” – é uma iniciativa sociocultural do Coletivo AYA, voltada à formação cidadã por meio da capoeira, da educação popular e do diálogo com saberes tradicionais.
O projeto transforma escolas, praças, casas de cultura e espaços comunitários em territórios de aprendizagem, valorizando a ancestralidade, o cuidado coletivo e a construção de vínculos.
Suas ações envolvem rodas de capoeira, oficinas, vivências artísticas e educativas que resgatam memórias afro-brasileiras, saberes populares e histórias do território. Atua mensalmente e de forma descentralizada, promovendo encontros que unem crianças, jovens e mestres da cultura oral.
O C.A.S.T.E.L.O. une capoeira, sustentabilidade, arte e cidadania, reconhecendo e promovendo práticas baseadas na equidade, na escuta e no pertencimento. É uma ferramenta pedagógica viva, um espaço de transformação social e construção coletiva.
Originalmente nomeado “Roda de Capoeira do Pereira”, este projeto emergiu no distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto-MG, com o intuito de promover práticas educativas e culturais voltadas à valorização da ancestralidade e da cultura afro-brasileira, tendo a capoeira como linguagem central.
O projeto foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisa e Extensão “De Mãos Dadas com Antônio Pereira”, da UFOP, com apoio institucional da universidade, e ocorreu em 2023 e 2024 sob orientação do Professor Fininho.
As ações incluíram rodas de conversa, oficinas e treinos com crianças e jovens do distrito, realizados em escolas e espaços comunitários. Em 2024, 10 alunos participaram do Batizado e Troca de Cordas do grupo Ânsia de Liberdade, ao qual os coordenadores estavam vinculados.
O projeto consolidou-se como elo entre universidade e comunidade, fortalecendo vínculos, identidades e saberes populares.
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Em breve mais atualizações
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Endereço: R. Padre Faria, 349 - Padre Faria, Ouro Preto, MG, 35400-000
Treinos: Quartas e Sextas a partir das 19:00
Quintas feiras no periodo das aulas, com alunos do ensino regular e de periodo integral
sob coordenação e aplicação do projeto
C.A.S.T.E.L.O
Capoeira e Sustentabilidade Transformando Educação e Luta por Oportunidades